sexta-feira, julho 10, 2015

Exposições BD Avulsas - Exposição Ai-Ai nº 1






No editorial do Nº0 da revista independente (ou talvez prozine) Ai-Ai, entre outras palavras podiam ler-se as seguintes:

"(...) Ai-Ai pretende hoje encontrar um lugar em qualquer gruta, passagem, túnel ou galeria subterrânea, no labiríntico esquema editorial português. Para materializar alguma da oferta nacional da 9ª Arte, indo ao encontro de uma procura que acreditamos exigente e expectante em relação à produção conterrânea, Ai-Ai espera não contrair vícios redutores que ponham em causa a saúde da sua não-causa. Para tal, vai trabalhar para Adquirir Imuno-Eficiência Editorial, (A.I.E.E.)
Imunidade: 
- a críticas não construtivas e mal nutridas;
- a todo o tipo de coacção ao seu conselho editorial;
- às vicissitudes de produção.
- Eficiência na divulgação, promoção, dinamização e manutenção da banda desenhada em Portugal. (...)".

Foi isto escrito em 1995 (o ano da edição da revista apenas se descobre sob a assinatura de uma bd de Jorge Mateus), estão, pois, decorridos vinte anos.

E após este longo período de silêncio, eis que surge esta semana a inesperada notícia: Vai ser lançado o Nº1 de Ai-Ai no próximo Sábado, dia 11 de Julho, porque, dizem os seus editores/colaboradores, foi esta a data do lançamento em 1995 do Nº0.

Tomo a liberdade de reproduzir dois excertos do texto divulgado para a imprensa e blogosfera:

"A 11 de Julho de 1995 saía o número zero do Ai Ai. Uma revista alternativa de banda desenhada, feita por jovens autores então desconhecidos e que hoje compõem a mais internacional geração da ilustração portuguesa. No próximo sábado, precisamente vinte anos depois, publica-se o número um. «Somos a única revista bidecadal do mundo», diz André Carrilho, diretor da nova edição. "

"(...) Não foi preciso periodicidade para os jornais da época perceberem que algo de extraordinariamente novo tinha aparecido. O Expresso chamou-lhe «a voz da banda desenhada portuguesa» ainda em 1995. O Público disse que era «a mais audaciosa iniciativa editorial dos últimos anos». O Diário de Notícias tratou de organizar uma parceria, através do suplemento DN Jovem, para captar e difundir novos talentos da nona arte. Mas era com o falecido O Independente – onde o diretor de Arte, Jorge Silva, estava a fazer uma aposta forte na ilustração, que depois transportaria para o Público – que o Ai Ai seria encartado. (...)"

Os entusiastas da BD também apreciaram a novidade, e ficaram à espera da continuidade da publicação, que trazia umas tantas bandas desenhadas da autoria de alguns autores que, à época, já tinham ganho suficiente prestígio entre os especialistas: Ketch (Nuno Saraiva), João Fonte Santa, Pedro Burgos, Luís Lázaro, André Carrilho, Fernando Martins, Filipe Abranches, além de textos escritos por Rui Zink e JPSimões.
Mas, como diz o povo, podiam esperar sentados, Ai-Ai ficou-se por aquele número zero. Até que...

"(...) Passaram 20 anos e no próximo sábado, novamente o dia 11 de Julho, o Ai Ai volta a respirar. Um encontro entre Rui Lourenço, Luís Lázaro e André Carrilho foi o ponto de partida. «Pensámos fazer uma exposição com o trabalho destes autores todos para celebrarmos a efeméride», conta Rui. «Mas depois as coisas começaram a crescer.» Lourenço, que no final do ano passado tinha aberto a galeria PasseVite no bairro lisboeta dos Anjos, tinha o espaço certo para matar saudades daqueles desenhos. E então Carrilho lançou um repto: «E se juntássemos esta malta toda para lançar o número um?» (...)"

Por conseguinte, repetindo o que já ficou dito no início, amanhã, Sábado, dia 11 de Julho de 2015, vai com certeza haver enchente na tal galeria PasseVite, para ver a exposição com as pranchas das bandas desenhadas que preencherão este bem-vindo Número Um de Ai-Ai

E então quando teremos o Número Dois? André Carrilho, director deste nº1, esclarece: "Em 2035 cá estaremos outra vez". 

A exposição Ai Ai – Número Um estará patente ao público na Galeria PasseVite (Rua Maria da Fonte, 54-A), em Lisboa, de 11 a 30 de Julho.

A inauguração no dia 11 vai durar das 19h às 22h, porque a partir das 20h serão projectados os filmes de animação "Jantar em Lisboa", de André Carrilho, e "Pássaros", de Filipe Abranches (adaptação para cinema da bd publicada no nº0 de Ai-Ai). 

Correcção a posteriori: Não foram projectados os filmes, o que acontecerá em data a anunciar.     
  
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