sábado, maio 18, 2013

Autógrafos desenhados (XXII) - Victor de la Fuente



Já aqui falei, mais de uma vez, do pioneiro evento dedicado à BD, o Salone Internazionale dei Comics, del Cinema d'Animazione e dell'Illustrazione, que se realizava na cidade italiana de Lucca, e que atingia em 1980 a sua 14ª edição.

Nesse ano, como vi ser uso habitual, pedi desenhos autografados a alguns dos autores de BD presentes no evento, um dos quais, Victor de la Fuente, era ainda relativamente pouco conhecido em Portugal, mas, graças aos meus contactos com entusiastas de banda desenhada de outros países - entre os quais o espanhol Mariano Ayuso - conseguia ter acesso a revistas de BD, nomeadamente a Trinca, na qual De La Fuente tinha começado a colaborar no fim da década de 1960. 

Com alguma inexperiência na área da pedincha de desenhos autografados, e também pressionado pelo facto de haver mais bedéfilos à espera, nem pedi para me dedicar o desenho original. Mas, palavra de honra, o desenho foi "despachado" (sim, mas apesar da velocidade, está bom) à minha frente, a meu pedido.
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VICTOR DE LA FUENTE (1927-2010)

Síntese biobibliográfica 

Nascido em Ardinasa de Llanes (Astúrias, Espanha), Victor de la Fuente começou por colaborar nos magazines Maravillas, Flechas y Pelayos e Chicos.

Partiu mais tarde para o Chile, onde fundou uma agência de publicidade. Em 1944 reuniu alguns desenhadores e dirigiu a revista El Peneca, ao mesmo tempo que trabalhava para a americana Dell Publishing, de Nova Iorque.  

Colaborou, com bandas desenhadas curtas, nos "comic books" Eerie e Creepy, fazendo depois "Amargo", um western, para a editora francesa Hachette, passando em seguida para a Larousse, onde colaborou na obra "L'Histoire de France en bandes dessinées", e na "Bíblia" em imagens sequenciais. 

Em 1977 fez em BD a biografia de Charles de Gaulle, e um ano mais tarde, em colaboração para a revista À Suivre, desenha "Hagarth", uma bd de fantasia heróica.

Em 1980 tem uma nova experiência artística: um "western" erótico intitulado "Mortimer", publicado em álbum.

A partir de 1983, com o argumentista Victor Mora, concretiza a obra "Anges d'Acier, para a revista Pilote, e "Coeur de Fer" para a Okapi. Em 1985, ainda com Mora, De la Fuente desenha "La Sibérienne" para a revista Echo des Savanes.

Em 1987, sob argumento de François Corteggiani, efectua a quadradinhização de "Francis Falko". Simultaneamente, trabalha em BD para Espanha, nas revistas Tapón e Zona 84, além de participar esporadicamente na série itliana muito popular (principalmente em Itália, obviamente, e Brasil) "Tex Willer".

Em 1996, delafuente (como também costumava assinar, como se pode ver na ilustração que afixei no topo) colabora com o argumentista Alejandro Jodorowsky, na obra sequencial "Aliot, le Fils des Tenèbres", para a editora Dargaud. E em 1997 elabora as primeiras pranchas de "Josué de Nazareth", uma série cujo argumento foi escrito por Patrick Cothias para a Glenat.

Não tenho mais elementos depois desta data. Não terá feito mais nada, até falecer em 2010?
Alguém poderá ajudar? 

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Os interessados em ver as 21 postagens anteriores deste tema (onde se incluem grandes nomes da BD, tais como Joe Kubert, Aragonés, John Buscema, Manara, Mordillo, Moebius, Neal Adams, Quino, Solano López, Juan Zanotto, Rick Veitch, entre vários outros), poderão fazê-lo clicando no item Etiquetas: Autógrafos desenhados inserido no rodapé.

4 comentários:

Nuno Amado disse...

Não fez mais nada depois dessa data. A doença não deixou, escusas de procurar!

Abraço

Geraldes Lino disse...

Ok, Nuno Amado, obrigado pela informação e pela tua visita.

Abraço.

Santos Costa disse...

Ó Geraldes Lino
Não sei se levas a mal, mas divulguei uma vinheta do Lucky Luke no meu blogue, sem previamente te pedir autorização.
Releva a meu favor o facto de aí ter feito referência - ainda que breve - à tua iniciativa e de te prometer, quando for o caso da publicação, publicitar nesse meu pequeníssimo órgão informativo e para o diminutíssimo número de leitores, a notícia da saída do álbum colectivo.
Abraço

Geraldes Lino disse...

Viva, Santos Costa

Sim, perde-se um pouco o efeito- surpresa de ver um Lucky Luke "made in Portugal" pela tua pena ecléctica, quando o zine Efeméride chegar às mãos dos clientes bedéfilos.

Por outro lado servirá como "teaser" para esses mesmos potenciais clientes.

Já outros autores fizeram isso em edições anteriores do Efeméride, sem me dizerem fosse o que fosse, ao invés de ti, que estás a ter essa amabilidade, num acto de ética que reconheço e agradeço.

Mas, na verdade, até considero que os autores têm esse direito. Apenas fica no ar essa impressão de que não se preocupam com essas "ninharias" de ética, consideração pelo faneditor, delicadeza entre pares...

Grande abraço.
GL